Central LeilĂ”es Ă© palco de SimpĂłsio sobre InteligĂȘncia Artificial na PecuĂĄria

Central LeilĂ”es Ă© palco de SimpĂłsio sobre InteligĂȘncia Artificial na PecuĂĄria

A Central Leilões trabalha e estimula a evolução da Pecuária. Por isso, incentiva a realização de eventos que possam proporcionar benefícios à atividade. Na última quarta-feira (13), o escritório da leiloeira foi palco para a realização do 1º Simpósio sobre a Aplicação da Inteligência Artificial à Criação e Seleção de Bovinos – Tecnologia IGASE. Técnicos e criadores discutiram sobre como essa tecnologia pode contribuir no desenvolvimento dos rebanhos.

“O propósito da reunião foi discutir a aplicação da inteligência artificial à seleção do gado de corte, tanto a rebanhos de seleção quanto a rebanhos de produção”, destaca o criador Humberto Tavares, um dos organizadores do simpósio. 

O zootecnista Rodrigo Bertazzo desenvolveu uma tecnologia específica para aplicação ao gado de corte, a mesma que é usada no processamento de imagens para reconhecimento facial, detecção de padrões de hackers, do desenvolvimento de pré-cânceres, entre outras utilizações. Na oportunidade, Bertazzo apresentou aos participantes do simpósio informações sobre essa tecnologia, que está relacionada a redes neurais artificiais, “learning machines” e reconhecimento de padrões complexos. 

A tecnologia consegue, por exemplo, prever o fenótipo dos animais com uma boa precisão, o que já atraiu a atenção de alguns criadores, como Júnior Bertipaglia, que esteve presente ao evento.

“Através dessa nova alternativa existe a possibilidade de alimentar o sistema tecnológico com informações sobre o rebanho e conseguir obter tendências no desenvolvimento da criação, detectar os bons produtos e bons acasalamentos; dados que contribuem para o processo de seleção”, destaca Tavares.  

O criador conta que, em sua seleção, por exemplo, ele usa informações intrarrebanho para saber como os animais estão se desenvolvendo uns em relação aos outros; utiliza também as informações dos programas de melhoramento, das DEPs, mas tem notado que o uso “desenfreado” desses dados pode levar à produção de animais pouco funcionais. “Uso as informações das DEPs, mas preciso também das informações que coleto em medições, das minhas impressões e pesquisas, inclusive de informações que consigo em visitas a outros rebanhos; assim consigo definir a trajetória da seleção”, revela. “Tudo isso gera um banco de dados e de impressões muito grande, e essa tecnologia pode nos ajudar a interpretar os números e obter conclusões diferenciadas.” 
 
Tavares destaca como interessante, também, a possibilidade que a tecnologia oferece de mostrar o resultado que determinado animal teria em um ambiente diferente do que ele foi produzido. 

Segundo os organizadores e participantes, as discussões iniciadas neste primeiro simpósio serão fortalecidas nos próximos eventos que o grupo planeja realizar.